Empresa virando escola? Talento e Inquietação Intelectual?

Eugênio Mussak surpreendeu com o texto: Coração de estudante, Revista Melhor Gestão de Pessoas, nº 311, 01/10/2013. Conversando com o presidente de uma empresa que traz um enfoque diferente dos processos de RH. Presidente que gosta de observar os processos de seleção valorizando a inquietação intelectual do candidato e sua vontade de aprender. Seleciona candidatos com talentos, que buscam conhecimentos e descobertas. Com este perfil conquistam resultados sustentáveis e crescentes, bem como o prazer em realizar o trabalho.

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“Conversei com um daqueles presidentes de empresa que gostam de se envolver nos processos seletivos de seus executivos. Quando lhe perguntei o que ele valorizava nos candidatos ele me respondeu sem titubear: “Quero gente com capacidade de entregar resultado, mas com vontade de aprender sempre.” Campeão de assertividade, esse presidente. Ele sabe que a empresa vive de resultados, mas está interessado em resultados sustentáveis e crescentes, e sabe que isso só se consegue com gente que está evoluindo sempre.

Por causa de visões como a desse presidente é que as empresas estão, de certa forma, virando escolas. É verdade, mas há uma diferença entre elas e a faculdade que você acabou de cursar. Lá havia um professor, alguém especializado em ensinar. Na empresa essa responsabilidade está muito mais colocada sobre os ombros de cada pessoa.

Então é assim: as empresas apreciam quem quer aprender, e têm especial predileção por quem não espera que alguém venha ensinar. Aprender virou ofício. Nesse sentido, a inquietação intelectual passou a ser característica valorizada, pelo menos nas boas empresas.

Considerando as duas variáveis do presidente, temos quatro possibilidades: quem tem desempenho alto e grande vontade de aprender é considerado um talento – a empresa reconhece e quer reter; quem tem baixo desempenho e grande vontade de aprender é um potencial – neste, a empresa investe; quem tem bom desempenho, mas perdeu a vontade de aprender está acomodado – a empresa se preocupa; e quem tem baixas essas duas variáveis não tem mais espaço – a empresa elimina.

No fundo, essa classificação nos faz entender o que são os tais talentos. É algo a se pensar, pois em uma sociedade que se acostumou a valorizar as pessoas talentosas, e em que as empresas dizem que se dedicam a atrair, desenvolver e reter talentos, parece que não identificar em si mesmo um talento especial transformou-se em uma espécie de pecado capital. Então vejamos:

* Ter talento não significa nascer com uma inteligência superior, uma habilidade artística ou uma qualidade única.

* Talento não é dom, não nasce com a pessoa, e sim é desenvolvido com a prática, o que demanda tempo e persistência. Toda pessoa tem a capacidade inata de aprimorar-se, tornar-se muito boa em algum tema ou atividade e ser, então, considerado a um talento.

* Encontrar seu próprio talento depende em parte das oportunidades da vida e em parte da determinação pessoal.

* No mundo do RH, é chamado de talento aquele profissional que, apesar de ter bom desempenho, não se acomoda e continua em busca de mais aprendizado e aprimoramento.

* Talento é a capacidade de fazer bem feito um trabalho, aprender com relativa facilidade um assunto e, acima de tudo, sentir prazer em fazer o que faz. Está bem assim, presidente?”

Texto publicado sob licença da revista Melhor Gestão de Pessoas. Todos os direitos reservados. Visite o site da revista: www.revistamelhor.com.br

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    Sônia Licursi

    Meu nome é Sônia Licursi. Aos 17 anos, iniciei meu percurso profissional como professora de Educação Infantil.

    Sou casada, mãe, psicóloga e orientadora educacional.

    Especialista em Psicodinâmica do Adolescente pelo Instituto Sedes Sapientiae, com experiência profissional nas áreas: clínica, educacional e social.

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